sábado, maio 23, 2009

Eleições e a face do povo

Hoje estava eu a ver televisão, o Jornal da Noite para ser mais específico, e deparo-me com varias noticias de campanhas eleitorais. Nestas, fico “maravilhado” com a face politica do nosso país. Constato que a politica ainda é feita pela manipulação de velhos idosos que não fazem a mínima ideia do que dizem e fazem comparações estúpidas em nome de uma pessoa com quem nunca sequer tomaram uma bica.

Uma das comparações que fizeram, e esta garanto que me agoniou a alma, foi que o “Sócrates é um ditador, é tal e qual o Pinochet!”. Esta frase foi feita por um cidadão anónimo durante uma manifestação da CDU/PCP. Apesar de tudo o que se possa apontar a um líder politico actual, a acusação de ser um líder ditador sanguinário é completamente descabida e, digamos também, completamente ofensiva para a capacidade cognitiva de qualquer pessoa que vislumbre este tipo de insinuação.

E agora começa a guerra. Aproximam-se as eleições e a dança das cadeiras começa. Acusações sobrepõem-se às ideias.

A base política de hoje em dia é “votem em mim porque ele não fez nada de jeito…”. Nunca se ouve alguém dizer “votem em mim porque tenho umas ideias porreiras que podem ser úteis para a sociedade”.  A base politica é o Sócrates a dizer que faz todo o sentido ele ficar no poder e com maioria politica. Os restantes basicamente dizem que o Sócrates não percebe ou não faz nada de jeito e que são melhores e não sei que.

Eu sempre fui apoiante CDU/PCP e sempre votei BE, e apesar de não ser coerente eu sempre achei que tanto a CDU/PCP e BE tinham uma orientação política que me agradava mas como o BE tem menos apoiantes o meu voto faria mais sentido no apoio ao BE.

Na minha opinião, e devem ter em conta que não sou e nunca fui apoiante do PS, é que neste ponto o mais favorável para o País será mesmo manter o Sócrates no poder.  A mudança agora iria influenciar a estabilidade financeira e provocar uma retracção no investimento pois até ver a nova orientação politica em funcionamento, os investidores não vão arriscar porque num clima instável o investimento é inseguro.

A outra questão agora é que, independentemente de tudo o que lhe possam apontar, o Sócrates fez. Se fez bem ou fez mal é outra questão, mas ao contrário dos seus antecessores fez alguma coisa. Está como obra feita pelo actual primeiro ministro o “plano tecnológico”, as “E-Escolas”, as “Novas Oportunidades”, o “Magalhães” (Programa E-Escolinhas), falando das coisas mais conhecidas. Outras coisas como a avaliação da função pública e dos professores, que gerou polémica mas que eu concordo plenamente (se calhar não com o método actual mas com  um modelo mais ponderado), entre outras coisas.

Fez obra, gostem ou não, mas é um politico que faz.

Neste momento há mais preocupações em acusar o Sócrates de tudo e mais alguma coisa. Acusam o Sócrates de arrastar o país para uma crise quando na realidade só não fomos atingidos com mais força porque o governo actual conseguiu com algumas medidas absorver parte do impacto. Acusam o Sócrates de mentir quando prometeu criar mais empregos quando na verdade apesar de os mesmos não terem sido criados ser culpa de uma crise internacional da qual ele não tem controlo directo e dos senhores “patrões” preferirem aproveitar a crise para despedir funcionários para conseguirem aumentar os lucros. Infelizmente a crise está aí e vai durar. O povo está sem dinheiro, sem emprego e quase sem esperança, mas o futuro apresenta-se negro por causa das eleições. Instabilidade politica neste momento é a pior coisa que poderá acontecer pelo motivo já citado.

Neste ponto, e pondo a minha opção politica de parte, penso que o ideal, tanto a nível nacional como a nível europeu, seria a suspensão das eleições e congelação dos mandatos actuais até a estabilidade dos mercados nacionais e internacionais restabelecerem a confiança dos investidores. Quando a crise estiver realmente controlada e um futuro com mais confiança seja uma realidade, aí sim, ser terminados de imediato todos os mandatos que estariam congelados e umas novas eleições serem agendadas.

É nesta altura que já começo a duvidar que alguma coisa do que eu digo faça realmente sentido, mas é sem duvida a minha opinião.

Os melhores cumprimentos a todos.

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